Fruto da Cabaceira ou simplesmente, Baobá |
O fruto
contém também outras vitaminas, como a riboflavina (vitamina B2),
necessária para o crescimento do organismo e para manter a
integridade das fibras nervosas, peles e olhos, e a niacina (vitamina
PP ou B3), importante para a regulação de diversos processos
metabólicos.
A doçura
da polpa é devida à frutose, sacarose e conteúdo de glucose. O
sabor ácido característico do fruto é devido à presença de
ácidos orgânicos, como o ácido cítrico, tartárico, málico,
succínico bem como o ácido ascórbico.
A
polpa e as sementes são excelentes fontes de potássio, cálcio e
magnésio, mas são fontes fracas de ferro, zinco e cobre. O índice
elevado de cálcio da polpa e das sementes da polpa tornam o baobá
uma atraente fonte natural de suplemento de cálcio para as mulheres
grávidas ou em amamentação, bem como para as crianças e adultos
em geral.
Em
contraste com outras proteínas da semente da planta, a proteína da
semente do baobá contém uma quantidade elevada de lisina. Porque a
quantidade da lisina é limitada na maioria dos cereais, pode ser
possível usar a proteína da semente de baobá para melhorar a
qualidade de proteína do cereal, especialmente nas regiões áridas
e semi-áridas.
O
valor energético da polpa de baobá (320,3 ± 4,4 kcal/100 g) é
semelhante ao das folhas. As folhas jovens frescas têm um conteúdo
de proteína de 4% e são ricas em vitaminas A e C. Em termos de
conteúdo em minerais, a folha de baobá constitui uma excelente
fonte de cálcio, ferro, potássio, magnésio, manganês, molibdénio,
fósforo e zinco.
Isto
indica que as folhas de baobá podem servir como uma importante fonte
de proteína e minerais para as populações que a utilizam como
fonte de alimentação.
Principais
aplicações do baobá.
O
baobá apresenta inúmeras aplicações quer medicinais quer não
medicinais em toda a África. É aproveitada toda a árvore desde as
sementes, até as folhas e casca da árvore.
As
sementes de baobá são consumidas secas ou assadas, usando-se muitas
vezes como substitutas do café. Como são caracterizadas como uma
potencial fonte de proteína, no Sudão são esmagadas e adicionadas
a sopas e outros pratos.
A
casca da árvore que produz uma fibra forte é usada no processo de
fabrico de cordas, tapetes, bolsas e chapéus. As fibras finas da
parte interna da casca são usadas na tecelagem. A madeira, de cor
clara é principalmente usada como combustível, sendo também
utilizada na construção de instrumentos musicais.
As
folhas da árvore de baobá constituem uma fonte de alimentação
para populações rurais em muitas zonas de África, especialmente na
região central do continente. São fontes importantes de proteínas,
sendo geralmente usadas como legumes em sopas ou cozidas e comidas
como os espinafres. Uma vez secas e misturadas com cereais, são
também comidas, já
que são ricas em cálcio, ferro, proteínas e lipídios.
A
polpa do fruto de baobá é comida a fresco, apresentando um sabor
doce-amargo, semelhante ao do tamarindo (fruto originário das
savanas africanas mas de uma família diferente o baobá), muito
apreciado pelo povo africano, podendo também ser
processada de modo tradicional para obter doces.
É
usada na preparação do sumo de baobá, onde a polpa seca é raspada
do fruto e misturada com água, sendo depois misturado
açúcar. Este sumo é uma bebida altamente nutritiva. São também
utilizadas para preparar bebidas alcoólicas espirituosas de baixo
teor alcoólico, através da mistura com outros componentes. Em Cabo
Verde é misturada com a aguardente de cana-de-açúcar, resultando
numa bebida de nome “ponche de kalbisera”.
O
fruto de baobá apresenta inúmeras aplicações terapêuticas, sendo
usada como antipirético ou febrífugo, analgésico,
antidiarreico,anti-inflamatório, no tratamento da disenteria,
sarampo, varicela, entre outros.
É
muito usado na medicina tradicional africana e por essa razão é
designada também
“de pequena farmácia” ou “árvore do químico”. O
óleo extraído das sementes é usado para aliviar dores de dentes,
sendo também usados em casos de diarreia e soluços. Um preparado de
pó de raiz seco é dado a pacientes com malária como um tônico.
Na
medicina indiana, a casca de baobá é usada como um refrigerante
antipirético.
É
usado pó de folhas para promover a transpiração excessiva e também
são usadas folhas jovens esmagadas no tratamento de inchaços
dolorosos. O sumo da polpa é usado em casos de diarreia e
disenteria.
A
casca, bem como a polpa e as sementes de baobá parecem conter um
antídoto para o envenenamento causado por algumas espécies de
cobras . No Malawi, o extracto de baobá é vertido sobre a ferida de
animais mortos, para neutralizar o veneno
antes da carne ser comida.
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