quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ilha de Bubaque - a chegada...

Aspecto do porto durante nossa chegada na Ilha de Bubaque.
Chegamos na Ilha de Bubaque na tarde de 15 de novembro... ansiosos, felizes e com saudades da Família de Lita que nos acolheu em Bissau, capital.

Logo no porto, avistamos um baobá... muito nos representa!

A Ilha de Bubaque  compõe o arquipélago de Bolama-Bijagós, uma Reserva de Biosfera constituída por 88 ilhas e ilhotas além da parte continental e área marinha que circunda até 12 milhas náuticas de frente da costa de Guiné-Bissau. Cobre 1.100.000 hectares dos quais 120.000 estão em terra e 160.000 nas áreas intermares.

Todos estes hábitats constituem reservatórios importantes para espécies da flora e fauna. As áreas marinhas incluem santuários para as tartarugas e a área de transição é um sítio importante onde se aninham, se criam e se alimentam espécies marinhas, incluindo uma importante avifauna migratória.  

foto aérea do arquiélago, capturada da internet
A  Ilha tem sua vila concentrada no entorno do porto e de algumas poucas infraestruturas como escola e igrejas, nela uma mistura muito grande de diversas das 30 etnias que compõem o país, o restante de seu território, está organizado e composto pela etnia Bijagós em 12 tabancas, aldeias tradicionais, desprovida de qualquer infraestrutura do Estado, inclusive energia elétrica, mantenedores de costumes tradicionais como a língua bijagó e os rituais de celebração iniciática. A sociedade Bijagó ainda é altamente tradicional, o uso da língua, de cerimonias de iniciação, de definição de lugares sagrados, de música, dança, artesanato.

Kamabi Fêmea, participante do Fanado, cerimonia de iniciação bijagós
Dança Kundere, na tabanca de Bijante
Nossa presença na Ilha, a cada dia tem sido o de aprender aos poucos um pouco mais de um legado oral muito rico, mas não tão fácil de aprender, cada dia, uma tentativa de acesso, de fazer relação, de se familiarizar com o dialeto. por aqui, que tem a língua oficial o português, facilita a comunicação de forma geral, mas com muitas pessoas que falam principalmente o kriolo ou bijagós, é um exercício todos os dias a missão da comunicação.

Na ilha também se observa a presença de muitos estrangeiros, especialmente franceses, cuja apropriação de ilhas e /ou grandes extensões de terras tem iniciado um fluxo diferente que pode se tornar perigoso, na perspectiva da exploração da comunidade e do meio ambiente, dada as características da exploração turística regida pelo modelo capitalista. Muito preocupante o cenário de pobreza e a contradição da presença do estrangeiro apenas para explorar. Já começamos a fazer diálogos sobre as possibilidades do turismo de base comunitária, como uma possibilidade da comunidade se organizar.

Por aqui, a situação da água é a mesma que em Bissau, já o fornecimento de energia é pior que na capital, só há luz à noite, ou em lugares que tem energia solar, como na Rádio Djan Djan, organização que viemos conhecer e colaborar em trocas de atividades.

Fachada da Rádio Djan Djan
Também encontramos pessoas muito acolhedoras, especialmente o Silvano, um jovem rasta que se tornou o nosso guia e amigo e o Júlio, dono da pousada que nos hospedamos. Aos poucos estaremos contando um pouco do que ocorre no dia a dia na ilha...

Silvano, nosso guia querido, gratidão pelo seu acolhimento

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