quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sentimentos e expectativas do grupo na Ilha de Bubaque


Natália Maria interagindo com as crianças da ilha

"Tenho a expectativa de horizontes de possibilidades de aprendizagens. Ativar chaves de memórias adormecidas em minha alma e que em contato com esse chão podem despertar e trazer forças positivas novas para minha vida e para as causas as quais quero servir" Natália Maria, ativista negra e feminista.

Mestre Jorge Rasta
"Aqui na Ilha de Bubaque, ao deparar com minhas prévias conclusões ao que se encontra aqui em toda a exploração e oportunismo eurocêntrico, minha expectativa  é reestruturar  formas de dar continuação com alguns segmentos e poder servir para que essa experiencia sirva de atalho para muitas possibilidades de ação... Percebo que  temos um legado valiosíssimo de experiências e práticas que, ao encontrar o legado daqui, pode significar uma mudança de caminho para o que a mídia e as igrejas estão  legando na negação da ancestralidade. Quero também me fortalecer na minha conduta  religiosa do candomblé, ao perceber as singularidades com as práticas ancestrais daqui. Aqui, muita coisa se confirma em mim da religião do candomblé"  Mestre Jorge Rasta


Dani Nega Jeje
"Eu já fico triste em pensar ir embora.  Aqui na Ilha me entristece perceber o quanto a Tv tem inteferido e prejudicado a cultura local, mas fico feliz que muita coisa ainda está preservado, Bubaque ainda é um lugar seguro, mas está ameaçado, é muito preocupante a presença de tantos franceses, fico pensando que aqui pode ficar em pouco tempo como Itacaré, muito modificado e impactado negativamente pelo turismo. Aqui me emocionei bastante do quanto a comunidade local valoriza e se emociona com os artistas daqui, ontem vi crianças e jovens muito felizes ouvindo cantores de rap, isso pode ser um valor importante para a comunidade defender o seu lugar" Dani Nega Jeje

Say Adinkra
"Estar aqui em solo africano é muito desafiador, pelos motivos todos que já conhecemos: um continente maltratado, explorado, com instabilidade política, com problemas de infraestrutura básica, um lugar caro para uma brasileira vir... mas não apenas por isso, ser mulher, mãe, militante, periférica, estudante de mestrado, fazer tudo isso ao mesmo tempo e parar 30 dias para estar em África, tão desejada, sonhada, romantizada...Aqui, o sentimento é de reencontro, mas não se faz uma viagem dessa sem impactos profundos na própria caminhada... cada dia aqui um pouco de mim acontece e floresce, no meio dos muitos desafios cotidianos a dar conta por aqui também... estou bebendo aos poucos e não sei quanto tempo precisarei para entender tudo que significa estar aqui." Say Adinkra

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